Instamission-A-Corrente-do-BemUma ideia na cabeça e um teclado à mão foram a marca registrada de várias realizações que mudaram o mundo nos últimos 40 anos, desde que dois caras conhecidos como Bill Gates e Steve Jobs saíram dos escritórios de garagem e trouxeram inovações que mudaram o nosso conceito de trabalho, lazer, comunicação e tecnologia. Muito se passou desde a década de 70 até os dias de hoje, mas uma coisa ainda permanece: novas idealizações trazem novas inspirações, especialmente diante da globalização atual medida pelas mídias sociais.  E este é o caso do Instamission, criação das amigas Luiza Voll, publicitária, e Daniela Arrais, jornalista. “Nos conhecemos pela internet, por meio dos nossos blogs, e descobrimos o quanto amamos essa internet, o quanto é dela que tiramos inspiração, aprendizado, amigos e tudo mais”, lembra Daniela Arrais.

No melhor conceito “nunca te vi”, elas uniram suas forças e suas mentes para criar este projeto colaborativo de fotografia, que completou três anos, que anda dando muito o que falar. E não é para menos a cada semana o Instamission publica uma missão com foco em um tema específico e o usuário de Instagram só precisa fazer uma fotografia com a proposta lançada e postar usando a hashtag correspondente. “O Instamission é o primeiro projeto autoral da Contente, a empresa que eu e a Luiza criamos há três anos. Começamos prestando consultoria para algumas marcas, mas depois sentimos necessidade de fazer algo próprio. Estávamos viciadas no Instagram e pensamos: vamos convidar mais pessoas para fotografar um mesmo tema toda semana? Então a escolha se deu porque estávamos apaixonadas por fotografia e pela ferramenta. O Instamission se desdobra no Facebook e no Twitter, mas é o Instagram mesmo sua casa”, diz Daniela.

Luiza Voll, publicitária (rosa) e jornalista Daniela Arrais (azul)

E o resultado é impressionante. Até hoje, o Instamission já 122 missões (63 não patrocinadas e 60 foram patrocinadas) que instiga a vontade de colaborar e compartilhar dos internautas nesta rede com cerca de 100 milhões de usuários ativos, dos quais deduz-se que 50 milhões que utilizam a plataforma Android. “A média de participações na missão patrocinada é de 2.000 fotos. Na missão não patrocinada é de 1.010 fotos. O recorde que tivemos foi em uma missão com a CVC | Fotografe o que você ama em viagens. Tivemos quase 14 mil fotos. Missões fáceis de fotografar e que rendam várias fotos são as que fazem mais sucesso. Exemplos: Fotografe cores intensas (Quem disse, Berenice? – 9.500 fotos), Fotografe o bom da vida (Ferla – 7.100 fotos), Fotografe o que é belo pra você (Inhotim – 8.300 fotos), Fotografe o que te diverte (Sony – 6.070 fotos), Fotografe por onde andam seus pés (Rexona – 5.100 fotos)”, pontua Arrais.

Uma das grandes sacadas do Instamission é este caráter de conexão entre as pessoas a marcas e com o mesmo desafio: criar uma imagem própria e repercutir entre muitos. Mas naturalmente as missões patrocinadas se destacam mais do que quaisquer outras entre o público, em virtude dos prêmios incríveis. Entre os exemplos que se destacam estão aquelas em que os vencedores saíram com viagem para vários lugares do mundo, como a da CVC que deu passagens para a China, a da Skyy Vodca (Fotografe o ritmo da sua noite) para Nova York e a da campanha Visit Britain (The Big British Invite – 7.400 fotos) para o Reino Unido. Mas, diversas marcas, de todos os tipos de segmentos, já se aliaram à proposta como a LG, HSBC, Centro Cultural Banco do Brasil, Scala, Marisa, Gatorade, Pão de Açúcar, Sony e Close Up. “Já recebemos mais de 260 mil fotos no Instamission! Juntando os resultados de todas as hashtags, chegamos a esse número impressionante. A conquista de seguidores foi muito natural. Nunca seguimos milhares de pessoas para que elas nos seguissem de volta. Só seguimos quem nos seguia. O boca a boca foi super importante. E como no começo do Instagram não existia o excesso de uso de hashtags como existe hoje, ao ver uma foto com #instamissionXX, novas pessoas clicavam na galeria e também passavam a contribuir. Outra coisa que contribuiu para a divulgação do projeto foi o fato de a primeira missão patrocinada já ter sido com uma grande marca (LG). Isso rendeu bastante mídia espontânea, inclusive uma matéria no Valor Econômico, que fez o projeto ser conhecido por mais usuários, jornalistas, agências, patrocinadores”, destaca a sócia-diretora e idealizadora.

“No nosso conhecimento, ainda não existiam projetos como o Instamission. Isso certamente contribuiu para que o projeto se destacasse”

Simples assim – A ideia, que se tornou um negócio, mostrou a forma da conexão dos indivíduos e a prova disto está nos números que acumula em termos de crescimento. Para se ter uma noção da projeção, o Instamission cresceu 75,84% em 2012, em comparação com o ano anterior. E o mais incrível é que a iniciativa começou de forma simples e prática. Talvez mais prática e ágil do que se imagina. “Foi tudo muito rápido. Tivemos a idéia numa segunda-feira. Pedimos pra uma amiga (Ludmila Lima – http://ludailustra.blogspot.com/) fazer o logo e, na sexta lançamos o Instamission. A gente sabia que o ‘melhor horário’ pra lançar algo seria na segunda, mas postamos à noite mesmo porque queríamos muito que mais gente se juntasse à brincadeira! Nossa surpresa foi perceber que, logo no primeiro dia, o projeto tinha alcançado pessoas além do nosso círculo de amigos. O convite era Fotografe um sorriso e começamos a nos surpreender com o engajamento das pessoas”, diz Daniela.

Um dos grandes diferenciais deste trabalho é o fato de que o Instagram só existia há três meses quando criaram o projeto colaborativo, mas desde o princípio já manteve esta faceta da cooperação que se mantém hoje de várias formas. “No nosso conhecimento, ainda não existiam projetos como o Instamission. Isso certamente contribuiu para que o projeto se destacasse. Fomos pioneiras em criar um projeto dentro do Instagram e isso acabou despertando o interesse de muita gente. Fomos conquistando participantes organicamente e sempre ouvimos deles o quanto o Instamission veio em boa hora para ajudar a criar possibilidades de fotografia dentro do Instagram. Muitas vezes a gente fica sem inspiração para criar imagens, né? E com o Instamission existe um convite semanal para que todo mundo fotografe um mesmo tema”.

Em seguida, veio o interessa de grandes marcas como a LG, a Coca-cola e o Itaú, fazendo com que o Instamission passasse a ser notado pelas agências e, consequentemente, pelas empresas que viram que o projeto colaborativo tinha um enorme potencial para falar diretamente com os clientes. Uma oportunidade de se integram de forma mais profunda com os targets através de algo óbvio: as imagens do dia a dia. “Como fizemos o Instamission muito no começo do Instagram, não tivemos uma inspiração ou influência específica. Foi simplesmente uma ideia que partiu de uma vontade que a gente tinha de usar aquele ‘vício’ em Instagram para uma coisa maior, que unisse pessoas criando em conjunto, colaborativamente”, frisa Arrais.
Este é o modelo de negócio que a Contente apresenta para o mercado que vem conquistando público, a mídia e a rede, reforçando cada vez mais a ideia popularizada pelo webativista Gil Giardelli de que somos o que compartilhando. “Os projetos colaborativos vão continuar sendo maneiras muito legais de conectar pessoas a marcas. E nós particularmente acreditamos muito em marcas apresentando e patrocinando conteúdo de qualidade para seus consumidores, principalmente dentro dos canais e ambientes onde eles já estão como o Instagram, o Facebook, o Vine, o Pinterest”, ressalta a sócia-diretora da Contente.

“Os projetos colaborativos vão continuar sendo maneiras muito legais de conectar pessoas a marcas”

A empresa não dorme no ponto e avança em outras frentes com outras iniciativas. Atualmente, mantém outros três projetos em andamento: Autoajuda do dia (https://www.facebook.com/autoajudadodia), focado no Pinterest e que organiza e discute como estamos consumindo autoajuda, integrado a mais de 12 mil fãs; Vai lá (http://instagram.com/vailasp/),  um guia da cidade paulista feito pelas pessoas usando o aplicativo Instagram, com quatro meses e que tem mais de dois mil seguidores e 149 fotos; e Cinemission (http://seenive.com/u/918722950994210816), proposta de vídeos feito colaborativamente usando o aplicativo Vine, com sete missões já engatadas, desde que foi criado há cerca de três meses. Enquanto isto, o Instamisison vai muito bem, obrigada. “A perspectiva é que continuemos conquistando participantes e fazendo missões interessantes que geram ótimos resultados para o projeto e para nossos patrocinadores”, reforça Daniela Arrais.

* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Junho/ 2013, número 159.

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Ivelise Buarque é jornalista, consultora de comunicação e idealizadora do portal Ivelise Comunica e do Perneando. Com mais de 32 anos de atuação no cenário de comunicação, marketing e negócios, ainda tem grande participação no mercado de comunicação corporativa e marketing de consumo e cultural. E nos dias de hoje atua com foco em cultura, arte, entretenimento e projetos criativos, ajudando marcas e iniciativas a se comunicarem com autenticidade, propósito e impacto.

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