STARTUP-1-face (corte)Você já pensou como seria a versão de “Paratodos” de Chico Buarque se focada numa análise da trajetória profissional? Hoje, o conceito de profissão, trabalho, carreira e mercado mudou e talvez nem mesmo este ícone da nossa MPB pudesse destrinchar quem faz o que no cenário atual. Afinal, como explicar uma pessoa formada em relações públicas que administra um negócio na área de saúde, ou um executivo da área de marketing formado em direito. De forma leiga e absurda, esta é uma forma de mostrar que o nosso universo não é mais o mesmo, e tudo que conhecíamos agora está à mercê de algo novo. Novo de todas as formas, inclusive da forma de iniciar um negócio. Nascido para o sucesso, um novo conceito de empreendedorismo ganha cada vez mais destaque no cenário nacional com a força jovem e o novo conceito de inovação. “Startup significa começar alguma coisa. As principais características de uma startup é que é um negócio novo e inovador que tem no seu modelo de negócio a alta escala; e ser repetível, isto é, atende a uma enorme quantidade de pessoas que possuem os mesmos desejos ou necessidades, diz analista do Sebrae-PE, Péricles Negromonte. Este é o princípio básico da startup, um perfil de empreendimento que está geralmente associado ao mercado digital, que foge ao modelo burocrático e rígido do processo de trabalho e tem perfil jovial.

Tradicionalmente, ela representa um estado embrionário de algo maior que é desenvolvido com poucos recursos, mas que, ao conquistar a maioridade, torna-se poderosa como observamos em algumas empresas já solidificadas neste cenário e que líderes em seus segmentos, como o Google, a Yahoo, o Ebay, o Facebook, Twitter, Groupon e Cuponation, também consideradas startups. Então, como podemos ver uma infinidade de grupos digitais já foram consideradas uma startup e conquistaram uma trilha maior no mercado global, nos último anos. “Para ser uma Startup, a empresa precisa ser muito nova, ou até em fase embrionária. Seu custo de desenvolvimento deve ser baixo, seu objeto deve ser a inovação, e ela deve ser escalável, ter crescimento rápido. Não são apenas empresas de Internet que são Startups, a maioria é devido ao baixo custo de produção. Por ter um baixo custo inicial envolvido, o fundador de uma Startup não está preocupado com estrutura física, o começo normalmente é seu próprio quarto. O melhor investimento é pegar pessoas boas, nesse caso o perfil de uma pessoa sagaz e trabalhadora, é mais importante que o conhecimento técnico, porque como tudo é novo, a técnica será aprendida e desenvolvida internamente, desde que você tenha pessoas sagazes na equipe”, comenta Pedro Petti, sócio da BTG Agência (RJ).

Pedro Petti, sócio da BTG Agência

Um cenário que engloba 2.278 novos empreendedores no Brasil, dentro de um mercado que já estima atingir três bilhões de dólares em publicidade digital e crescimento de 28% este ano. Isto porque a perspectiva é que 2013 seja o ápice do desenvolvimento e obtenção de resultados pelas startups brasileiras. “Estamos passando por uma mudança cultural. A percepção do brasileiro em relação ao empreendedor tem se modificado e empreender passa a ser visto como uma opção de carreira. Pesquisa realizada pela Endeavor em 2013, identificou que 3 em cada 4 brasileiros (76%) prefeririam ter um negócio próprio a ser funcionário de uma empresa. Entre os estudantes universitários é também bastante presente o interesse em empreender, 60% deles pensam em abrir uma empresa no futuro. No caso dos empreendimentos digitais, a queda no custo, principalmente de infraestrutura para iniciar um novo negócio, reduziu as barreiras para quem quer empreender, embora, continue sendo difícil construir um negócio relevante. As startups são mecanismos dinamizadores da economia na medida em que buscam desenvolver modelos de negócio inovadores e com grande capacidade de crescimento”, ressalta Vítor Andrade, gestor de operações do programa Start-up Brasil (PE).

A força motriz deste grande desempenho é entre outros com o fomento dos governos federal e estaduais, através de programas de inovação como o Startup Brasil, programa lançado em novembro pelo Ministério de Ciência e Tecnologia. Esta proposta que está sendo considerada um divisor de águas prevê contemplar 150 startups com uma verba de R$ 40 milhões, até R$ 200 mil a cada empresa. “Está surgindo no Brasil um ecossistema que apóia novas iniciativas empreendedoras, startups ou não: isso envolve a educação para o empreendedorismo, um dos focos do PAC-PME, o crescimento do número de incubadoras e aceleradoras de novas empresas e a oferta de capital empreendedor: capital semente, crowdfunding, capital anjo, venture capital e outros, assim como ampliar e melhorar o acesso a formas de financiamento e capital de crescimento. Estamos numa fase ainda bastante inicial desse processo. O crescimento deve ser significativo e será seguido de uma fase de depuração e apelo para a qualidade. O nome do jogo, em qualquer segmento, é competitividade. Precisamos começar a entender esse processo sob a perspectiva da competição internacional, sem mercados protegidos”, diz o presidente do Conselho de Criatividade e Inovação da Fecomércio, Adolfo Melito (SP), para quem as startups são um fenômeno recente, mas que já tem algumas décadas que tem a perspectiva de injetar mudanças e de acelerar processos de inovação.

* Parte de matéria de capa sobre “Startup”, produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Julho/ 2013, número 160.

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Ivelise Buarque é jornalista, consultora de comunicação e idealizadora do portal Ivelise Comunica e do Perneando. Com mais de 32 anos de atuação no cenário de comunicação, marketing e negócios, ainda tem grande participação no mercado de comunicação corporativa e marketing de consumo e cultural. E nos dias de hoje atua com foco em cultura, arte, entretenimento e projetos criativos, ajudando marcas e iniciativas a se comunicarem com autenticidade, propósito e impacto.

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