Colocando a casa em ordem, assessorias pernambucanas ganham referência para boa atuação com investida da Abracom que apresenta guia para formalizar atuação de agências no mercado. “Até pouco tempo, vivíamos num cenário de descrença que o brasileiro reivindicaria mudanças, então, chegaram as recentes manifestações. E vimos o povo nas ruas com frases de efeito, criadas inclusive pela propaganda para o mercado, como o #vemprarua, como forma de protesto e luta por coisa mensuráveis e imensuráveis como respeito. Nada disso me espanta, na verdade, mas o que me impressiona é a rapidez e a intensidade com que isto se manifestou com a força das redes sociais”, segundo Francisco Cunha, diretor da TGI Consultoria (PE).
Comunicação Corporativa está passando por tremendas transformações no mundo atual, como em qualquer mercado. São hoje os mais diversos desafios que o segmento encontra e, por isto, manter uma linha de comunicação e o monitoramento do que se fala e como se reage à marca e à empresa traz um caráter de ação essencial no escopo de qualquer empreendimento. E tudo isso foi discutido em seminário realizado pela Abracom (Associação Brasileira das Agências de Comunicação), no Recife, no auditório da Federação das Indústrias de Pernambuco, para a apresentação do Guia de Boas Práticas de Mercado.
Assim como os efeitos que temos visto nas ruas país afora, o evento, gratuito e aberto ao público, reuniu profissionais em prol não só do lançamento desta que promete ser uma ferramenta importante para consolidar os negócios neste segmento que anda crescendo no Nordeste, o da comunicação corporativa. A proposta é também abrir um novo canal de integração entre as empresas que atuam nesta área, que ainda não trabalham de acordo com o padrão do mercado. “Somos hoje 22 empresas associadas em Pernambuco e treze delas se comunicaram e debateram questões relacionadas a questão ética e profissional da atuação no mercado que temos hoje. Foram reuniões em que fomos, inclusive, aos sentimentos mais íntimos sobre o que somos e o que pensamos sobre a categoria, para que saísse este fruto, que contou com todo apoio da TGI e do Seb”, destaca Patrícia Natuska, uma das sócias da Multi Comunicação, que é a nova diretora da Abracom Pernambuco.
Este projeto em particular que assumido inicialmente pela gestão anterior em Pernambuco da instituição, composta na época por Teresa Maciel da Multi, Ana Aragão da Signo Comunicação e Kennedy Michiles da Aponte. Assumiram com o expertise de Francisco Cunha o desenvolvimento deste guia, formatado através de oito encontros intensos com o propósito de fundamentar uma ferramenta que dê bases para a atuação adequada dentro do setor. “Em todo setor, há gente que atua com má ética. Há muito Eugência em nossa área, sabemos disto. E este é um Guia para as empresas formalizadas. Queremos mostrar que o mercado está se profissionalizando. Ele servirá de referência para quem vem atuando no segmento, mas não constitui uma lei”, diz Carlos Henrique Carvalho, presidente-executivo da entidade.
No olho do furacão – A preocupação da associação não é para menos. Este campo é repleto de cases de má conduta e nivelamento por baixo de custos para serviços e produtos. O que compromete a boa atuação de profissionais (em especial, Relações Públicas e Jornalistas) que apostaram nos desafios da comunicação corporativa, desenvolvida hoje por mais de 350 empresas em todo país. A ideia visa fortalecer o momento atual deste setor e concretizar todo o trabalho da entidade, que ao longo dos últimos 11 anos, luta pelas organizações que representa. Uma história que teve seu princípio com encontros frequentes de um grupo de empresários de comunicação organizacional, a partir de 2000.
Em, 2002, fundava-se a Associação Brasileira das Agências de Comunicação com 56 agências. E, em 2005, Pernambuco foi o segundo estado do país a contar com uma coordenação local da entidade com um lançamento que chegava ao mercado com dez empresas filiadas. Naquela época, a Abracom mantinha 192 associados em 19 estados e no Distrito Federal. Atualmente, são mais de 340 em 22 unidades da Federação que atuam em um setor que faturou cerca de R$ 2 bilhões em 2012 e emprega mais de 14 mil profissionais de diversas áreas do conhecimento.

Depois deste princípio de mercado em que o cenário era outro, a Abracom entende que, antes de tudo, a categoria é gestora de relacionamento e que entre suas competências estão o gerenciamento de relacionamentos com lideranças; a identificação de oportunidades e necessidades de comunicação da instituição com a sociedade; a orientação para que a organização se adapte num ambiente de constante transformação; a construção, manutenção ou reforma da reputação positiva de uma instituição, um produto ou uma marca, o monitoramento das variáveis de comportamento das lideranças; e a humanização das relações de trabalho, permitindo a troca de informações nas empresas.
E com essas incumbências, as agências se tornam fundamentais para a constituição de valor e reputação das organizações. Pesquisas já comprovam que empresas com reputação forte mantém maior valor de bolsa. E um dos indicadores importantes é que cerca de 75% das empresas investem hoje em políticas de comunicação alinhadas com o topo da sua estrutura organizacional, e a maioria destas está inserida no ranking das 500 melhores empresas para se trabalhar. E, diante disto, passa ser também importante ampliar o formato de trabalho. “No novo cenário de negócios, é necessário se adaptar às necessidades e, sendo assim, precisamos deixar de ser meros assessores e adotarmos uma maior postura como consultores. Precisamos estar preparados para orientar e não só atender as demandas imediatas”, lembra Carvalho.
Mas, nada disso terá validade sem os princípios básicos para a normatização do trabalho em comunicação corporativa proposta pela Abracom através do Guia de Boas Práticas de Mercado, da Abracom Pernambuco, que já está disponível a todos no link: http://www.abracom.org.br/doc/Guia_Boas_Pr%C3%A1ticas_PE_Nov10.pdf. Entretanto, o impresso será distribuído entre os associados, assim como já foi encaminhado para os veículos de comunicação, como uma estratégia para ampliar a comunicação com os jornalistas. “O Guia tem informações sobre como estruturar um orçamento e a forma adequada da atividade empresarial neste setor. Tudo foi desenvolvido para propiciar noções gerais para todos. E por isto temos interesse em repercutir essas propostas para validação do mercado. Então, iremos distribuir 20 exemplares para os associados e o site mantém o formato em pdf que poderá ser baixado”, enfatiza Patrícia Natuska.
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Agosto/ 2013, número 159.
