A nova comunicação é definitivamente adaptável, e os meios não são mais tão tradicionais. E este é o caso de Outros Críticos, publicação pernambucana que surgiu como um blog de música e transcendeu para um perfil diferente do original. Hoje, a revista apresenta uma nova linha e proposta que amplia as suas possibilidades de discussão com editoriais, artigos e reflexões sobre temas profundos que se comunicam com a cultural, comportamento e a música de uma forma geral. “O Outros Críticos surgiu como um blog de música, predominantemente com entrevistas que fazíamos assinando com diversos heterônimos (personagens), como Júlio Rennó, Amélie Marie, Alberto Infante etc. Todos esses personagens, esses outros críticos, escreviam no blog em diálogo com artistas, músicos, jornalistas. Naturalmente, com o tempo, sentimos necessidade de ir para outros formatos. Com isso, desenvolvemos publicações sobre música e crítica cultural, debates, festivais, coletâneas”, lembra Carlos Gomes, seu editor.
Editada com apoio da Companhia Editora de Pernambuco – CEPE, a revista conta com o aporte de plataforma online para venda através do site www.loja.outroscriticos.com para todo o país e localmente ainda pode ser encontrada em pontos específico do Grande Recife, como o Orbe Coworking e Edf. Texas, localizados no Centro da capital Pernambucana, na Livraria Cultura no Shopping Paço Alfândega (no histórico Bairro do Recife, endereço do Polo Digital) e A Casa do Cachorro Preto, espaço cultural da Cidade Patrimônio Histórico e Imaterial, Olinda. “A Outros Críticos é lançada bimestralmente na internet de forma gratuita com incentivo do Funcultura. No ano I, tínhamos orçamento para impressão de 300 cópias, mas no segundo, cortou 50% do orçamento em que aprovamos a revista e por isso não tínhamos mais como prensar a revista. Nós procuramos a editora CEPE solicitando apoio para a impressão e conseguimos que ela prensasse o mesmo número de cópias do ano I durante todas as edições do ano II. E as vendas da revista acabam custeando os gastos com os lançamentos”, diz.
Em sua oitava edição e com versão em site (http://outroscriticos.com/), a Outros Críticos integra pela primeira vez duas plataformas simultâneas, com presença online ao mesmo tempo que a impressa, em menor escala. “Acredito que é possível trabalhar com públicos distintos, tendo uma via na internet e outra impressa, em pequenas tiragens”, enfatiza Gomes que, com isso, considera um grande avanço para a concretização do projeto a vinculação com o edital do Funcultura. “Começamos com um blog que hoje é um site, e muitos dos projetos nascem da nossa necessidade e de outros parceiros em produzir crítica e publicações sobre música, e sem necessariamente haver remuneração envolvida. Encontrar um lugar entre a invenção e o mercado é um desafio que está no ar”, comenta.
Com o tema “corpo, gênero e deslocamentos”, a nova edição apresenta uma grafia diferenciada – “Outrxs Críticxs” -, para casar com a ideia básica desta temática, que não se volta ao masculino ou ao feminino (“Outras Críticas”), mas fica comum aos dois gêneros. Uma perspectiva da equipe principal da revista que se uniu para produzir uma revista que tivesse uma característica própria a cada publicação. “Muitas vezes a vontade de entrevistar um artista nos leva a um tema que dialogue com a obra dele e a encontrar um artista visual que também tenha relação com o que estamos discutindo na revista”, destaca.
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Setembro/ 2015, número 185

