Como reza a lenda que no final do arco-íris, há ouro. A geolocalização, o geotarget, geomarketing e geotagging são várias soluções para uma mesma proposta: atingir o alvo, de várias formas, em qualquer lugar, na hora desejada. O que é bastante oportuno em um país em que o público conectado fica em média 3.8 horas por dia ligados à dispositivos móveis e, com isso, temos um tráfego móvel absurdo. Um crescimento tão vertiginoso que proporcionou upgrade da indústria de softwares que evoluiu de startups para grandes corporações com ideias e soluções para todas as demandas necessárias, possíveis e inimagináveis. Para se ter uma ideia de como esse novo mercado é uma moeda forte no País, já estamos acumulando três milhões de softwares, registrados pelas duas principais lojas virtuais nas plataformas Android e IOS (Google Apple e Apple Store) nas prateleiras digitais da indústria de apps. De acordo com o relatório Digital, Social e Mobile 2015, desenvolvido pela agência de marketing digital We Are Social, essas atividades e suas maiores estão associadas à mídia social e vídeos (23%), mas já são registrados 17% desta atenção aos de localização.
E com o aporte de investidores e desenvolvedores este mercado no Brasil movimenta hoje cerca de US$ 25 bilhões anuais e pode chegar a US$ 70 bilhões, em 2017, de acordo com projeção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). E neste bolo vai caminhando lado a lado a publicidade móvel do Brasil que já direciona seus investimentos em 40% e podem alcançar 46% até 2018, segundo uma estimativa recente da consultoria eMarketer. “Acredito que o mobile marketing continue crescendo, por conta das possibilidades e uso cada vez maior de dispositivos móveis. A internet móvel está melhorando em qualidade e custo e na medida em que se torna mais e mais acessível, as possibilidades aumentam. Na minha visão, o acesso aos dispositivos e conexão banda larga mobile são os principais entraves atuais”, destaca o professor Felipe Pereira da Estácio do Recife (PE).
Segundo o docente, podemos visualizar três estratégias distintas de negócios que estão sendo utilizando no mobile marketing: “A primeira delas é o investimento em anúncios em plataformas como o Google Adwords, Facebook Ads e Twitter Ads. Com o boom do mobile – o Brasil possui mais linhas e celular do que habitantes – o uso de aplicativos e redes sociais em dispositivos móveis decolou. Com isso, os usuários têm dedicado parte importante de seu tempo ao uso de aplicativos e redes sociais no celular e surgem oportunidades para as marcas veicularem anúncios nesses canais”. E esta é para ele uma tendência forte ligada as ações de marketing direto, que dirige também a agência Unu Soluções e criador do portal Digaí.
O especialista lembra a experiência da pernambucana Hivelog, criadora da plataforma Hive.Cloud, que realizou campanhas de retargeting para quem já visitou seu site. Mas, ainda aponta outro interessante aproveitamento dessas possibilidades com o case da Johnnie Walker que promoveu ações especiais vinculadas aos aplicativos Easy Taxi e 99Taxis, por exemplo. “A marca de bebidas patrocinou várias corridas de táxi, em que o usuário não precisa pagar para utilizar o serviço. E outro caso recente foi o lançamento de um clipe da cantora Preta Gil especificamente no Snapchat. Apesar do clipe em si estar sendo criticado pela audiência, mostra um interessante uso do mobile”, comenta.

Por fim, há um terceiro grupo de empresas em sua opinião que está optando por criar aplicativos próprios, como advergames, entre outros. Esta é uma proposta diferenciada que já foi adotada, inclusive, pelo Porta dos Fundos, que criou um app de pequenos jogos inspirados em seus personagens e episódios, que é disponibilizado gratuitamente para os usuários. Mas naturalmente impacto e o resultado de cada ação vai depender de diversos fatores. “A análise das ações variam de acordo com a estratégia adotada. As aplicações de Marketing Direto permitem uma forte mensuração, pois é possível saber quantas visualizações, cliques e compras ocorreram. A partir daí, a marca opta por manter os anúncios que tiveram melhor desempenho e descontinuar aquelas que não estão trazendo resultados”, ressalta.
A inteligência geográfica para alavancar um empreendimento, serviço, vendas é definitivamente uma alternativa que se tornou uma peça fundamental para a condução dos negócios de muitas marcas, trazendo benefícios cinco benefícios diretos segundo a RevMob (www.revmob.com), fornecedora de soluções para publicidade mobile: segmentação, custo-benefício melhor, interatividade, novas tecnologias e mensuração. Além de outras duas vantagens que são apontadas pela Adsmovil, empresa líder em publicidade móvel na América Latina e no mercado hispânico nos Estados Unidos, que são sua representação quanto fonte primária para a busca de informação e uma maior conversão para formatos Rich Media. Contudo, assim como todo processo de marketing precisa ser pensado e conduzido a partir da análise dos seus benefícios e do que se deseja, caso contrário os seus efeitos não serão positivos. “A grande vantagem do marketing mobile é o tempo de exposição ao qual o consumidor fica exposto a plataforma. Segundo uma pesquisa divulgada em 2014, pela Exame, 80% dos usuários de smartphone olham para a tela do celular a cada 30 minutos”, diz Raphael Ferrari.
* Parte de matéria de capa produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Outubro/ 2015, número 186
