Um novo vislumbre de tecnologia alcança uma rede social digital forte junto as marcas, o Twitter Gif, mas apesar do que muitos acreditam é preciso perguntar: será esta uma nova mídia? Marcas usam o Vine para exibir comerciais curtos no Twitter, e para entender este uso e potencialidade conversamos com a professora de marketing digital do MBA da ESPM, Sandra Turchi.
O vine é uma moda que poderá pegar no Brasil?
Sandra Turchi – Sim. O Vine é um aplicativo de vídeo integrado ao Twitter que permite que os usuários gravem vídeos de seis segundos e disseminem por meio do microblog. Seu uso tem se incorporado ao dia a dia dos internautas, porém, isso ocorre aos poucos, até porque, no momento, só está disponível para a plataforma Iphone Operational System – IOS. Lembrando que o Twitter, atualmente, é uma das maiores redes sociais do Brasil, ficando atrás apenas dos EUA em número de usuários.
Como nossos comunicadores estão se preparando para utilizar esta ferramenta?
Sandra Turchi – O mundo digital está em constante evolução e, portanto, os profissionais de comunicação precisam estar sempre se adaptando às novas tendências. Por isso, acredito que, neste momento, os comunicadores estejam testando formas de colocar suas marcas no ar por meio dessa ferramenta. E, para isso, dois pontos são importantes: ter ousadia e saber observar. A primeira, porque, para saber a aceitação e repercussão que a marca terá com as ações feitas por meio desse aplicativo é preciso arriscar com um modelo e colocar no ar. A segunda, pois é essencial que se observe a reação do seu público com as suas ações e, também, a reação do público com o que os seus concorrentes – e outras marcas, no geral – estão fazendo. Só assim é possível entender qual é o caminho mais indicado e, a partir disso, criar estratégias que sejam apropriadas para sua marca.
Na opinião dos profissionais, qual a grande vantagem do Vine?
Sandra Turchi – Uma das maiores vantagens do Vine é o fato de serem vídeos curtos, com apenas seis segundos de duração, o que faz com que o compartilhamento e a visualização pelos usuários seja maior, já que não demandam grande disponibilidade de tempo para assistir. Além disso, incentiva, também, que os usuários assistam aos vídeos em looping (quando o vídeo termina e você dá play novamente). Dessa forma, utilizando a sutileza dos vídeos desenvolvidos por esse aplicativo, a marca pode ser constantemente reforçada na mente do consumidor.
De que forma poderá este novo meio influenciar o trabalho de comunicação hoje?
Sandra Turchi – O Vine é a versão do Twitter em vídeo, ou seja, mais uma ferramenta que surge para se falar o essencial de forma rápida. Atualmente, com o excesso de informação, os consumidores querem objetividade e praticidade. As marcas precisam saber surpreender os seus públicos. Só é preciso tomar cuidado para que as mensagens passadas por essa nova ferramenta sejam úteis ao consumidor. É o império da relevância.
Quais as marcas e empresas que já estão aproveitando este recurso no país?
Sandra Turchi – No Brasil, o Guaraná Antarctica, que tem um trabalho bastante consistente nas mídias sociais, mais uma vez saiu na frente e foi uma das primeiras marcas brasileiras a utilizar o Vine. Mas, por enquanto, o aplicativo, que foi lançado há pouco mais de três meses, está sendo bastante utilizado por marcas internacionais, como a GE, Dove, Trident, Gap, entre outras.
E quais as estratégias que estão sendo desenvolvidas para este novo meio?
Sandra Turchi – O Vine necessita de criatividade e simplicidade, como dito acima. Ao invés dos tradicionais 30 segundos dos comerciais de TV, são apenas seis segundos disponíveis para que você possa divulgar a sua marca de uma maneira completamente diferente de outros meios, sem sair do contexto em que atua. Saber reforçar a marca com objetividade ao mesmo tempo em que se consegue gerar engajamento é o grande desafio estratégico.
De que forma o Vine mexerá no futuro da comunicação?
Sandra Turchi – Como já dito, o futuro da comunicação é, cada vez mais, a objetividade e acesso rápido à informação, sem esquecer a relevância do conteúdo. Dessa forma, o Vine surge para reforçar essa tendência.
Queremos saber sua opinião, e também colaboração na indicação de fontes para esta matéria?
Sandra Turchi – Acredito que o Vine tenha potencial para ser mais uma ferramenta de divulgação. O meu único receio é que as marcas, por terem pouco tempo para se mostrarem por meio desse aplicativo, percam o foco e se esqueçam de transmitir mensagens relevantes aos consumidores. É preciso tomar muito cuidado para que o aplicativo não vire apenas gifs animados das marcas, pois, com isso, são grandes as chances de que, em pouco tempo, esses vídeos não sejam mais aceitos pelo público.
Quanto à indicação de fontes, estou em constante atualização sobre o mercado, as tendências e suas repercussões. Para isso, utilizo portais como Cidade do Marketing, Administradores, IDGNow, jornais como o Meio & Mensagem, revista Proxxima, entre diversas outras fontes, além de palestras e eventos na ESPM e troca de informação com colegas da área.
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Maio/ 2013, número 158.
