
Mês passado, o sócio-diretor da Conceito Live Marketing Tony Coelho lançou o livro “Do Marketing Promocional ao Live Marketing. Below é a PQP, como diz Victor Oliva” pela Editora Conceito, durante o 2º Congresso Brasileiro de Live Marketing, que aconteceu no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Este lançamento reforça o desenvolvimento deste setor que já registra importante movimentação no cenário nacional, com o crescimento do número de agências especializadas e no constante aumento dos investimentos de empresas e marcas em ações de marketing vivo, antes denominado promocional.
Cada vez mais, este setor é tratado com maior importância com uma demanda não só de ações pontuais como ainda abordando estratégias criativas e planejadas que envolvem diversos fornecedores, de serviços e produtos tradicionais aos relacionados às novas tecnologias. “A tecnologia esta dominando todos os segmentos da vida. No Live Marketing não poderia ser diferente, sendo assim, empresas que conseguirem trabalhar com competência o mix de suas ações envolvendo o real com o virtual, com certeza, conquistarão grande espaço no mercado. O conceito de ‘digital’ já é uma realidade, ou seja, as ações devem permear o mundo fisco e digital de maneira que envolva o consumidor em qualquer momento de contato com o produto ou ação”, lembra Kito Mansano, presidente da Ampro – Associação de Marketing Promocional.
O Live Marketing, ou marketing vivo, integra diversas formas de chamar a atenção do consumidor e representa agora um cenário em que planejadores do mercado têm mais balas na agulha para alcançar os mais variados objetivos. Este setor envolve eventos, dinâmicas e campanhas de incentivo que levam a filosofia da marca e empresa, e mais do que tudo reforça sua imagem e identidade, além do produto, conhecimento e experiência ao consumidor. “O Live Marketing vem crescendo a cada ano no plano estratégico. Cada vez mais as marcas precisam estar mais próximas do público-alvo. E o Live Marketing consegue despertar percepções únicas, transformando a relação entre pessoas e marcas”, diz Celio Ashcar Jr, sócio da Aktuellmix.

E, por isso, este setor traz resultados expressivos para os negócios das empresas e marcas, num processo macro em que tudo está integrado para o sucesso de uma campanha, inclusive a identificação visual. E o crescimento das demandas comprova o seu potencial e valor no mercado de comunicação. “A posição estratégica nas marcas e empresas está cada vez mais sendo determinada pela capacidade de entender e pensar sobre as pessoas, do que a disciplina que praticamos nas agências. Assim, o que motivou o crescimento do Live Marketing foram as mudanças do consumidor e o jeito das pessoas se relacionarem com as marcas. Holística e altruisticamente. Agora, há agências de todas as especialidades sendo respeitadas como estratégicas, ou como táticas e ainda independente se são grandes, medias ou pequenas. Vale mais o quanto sabe e faz. E neste entendimento o setor está em ascendência e crescendo com maturidade de negócio”, destaca Marcelo Heidrich, sócio-diretor da Ponto de Criação.
Um mercado maduro e responsável e um consumidor com um novo olhar estão na cena deste novo cenário do chamado Live Marketing, onde o público alvo está mais aberto e receptivo a ser conquistado, preparado para ser surpreendido e procurando absorver novas ideias a cada dia. Por isso, para muitos especialistas, eventos devem ser realizados para fomentar vendas e parcerias no segmento, mesmo quando o mercado está mal. “Acredito que a propaganda é ainda muito forte devido aos veículos. O brasileiro ainda possui uma cultura forte de televisão e isso não vai mudar. Mas, antes, a propaganda andava sozinha, e hoje ela está muito bem acompanhada do Live Marketing. Eu acredito em comunicação integrada. Especialmente por que, atualmente, as marcas estão com desafios de vender e fidelizar seu público. E, com isso, o Live Marketing é a ferramenta mais efetiva para ajudar as marcas a alcançarem seus objetivos”, ressalta Ashcar Jr.
Afinal, uma vez que essas atividades proporcionam uma interlocução viva e direta entre marcas e pessoas, o Live Marketing acaba estimulando, provocando e atingindo o público alvo com maior impacto, na maioria das vezes, com soluções das muito mais simples e de baixo custo do que o empresário imagina. Contudo, sejam essas as mais simplistas ou as mais audaciosas com investimentos altos, o fundamental é que elas geram resultados surpreendentes, especialmente se acompanhados de estratégias casadas e integradas com outras formas de comunicação. “No cenário atual, a competição se dá na capacidade de elaborarmos um pensamento estratégico e criativo intrínseco do shopper ou do consumidor. Ninguém mais vende nada pra ninguém, alguém decide comprar o seu valor. Ou não. O investimento existe e, ao contrário do que a maioria pensa, entendo que os investimentos não diminuíram, estão mudando de bolso ou de intenção. E com isso vemos que as boas perspectivas do futuro estão nas mãos de quem sabe vender uma grande ideia, um bom resultado e que entrega o que promete. Estes tem um futuro brilhante pela frente”, enfatiza Heidrich.

E uma das estratégias que proporcionam esta conquista e leva o consumidor a comprar a ideia daquele produto ou serviço são diversos fatores, entre as quais estão as sensações sinestésicas e as experiências sensoriais (como as táteis, olfativas, gustativas, visuais, auditivas ou correlacionadas). Tudo isso reforça uma nova aplicação de Branding, mostrando ao publico um algo mais. E os exemplos são os mais variados como, por exemplo, uma visita por um ônibus perfumado para apresentar nova fragância em linha limitada pela Boticário em plena festividade junina; uma degustação de vodcas harmonizadas, inclusive de diversas formas, para mostrar o diferencial do seu produto como a Absolut da Pernod Ricard realizou em 2014; dinâmicas esportivas realizadas pela Facipe – Faculdade Integrada de Pernambuco com a RTG PROMO para entreter candidatos ao vestibular nos dias de provas; ou até mesmo uma experiência tecnológica para mostrar os diferenciais do Peugeot 208 para a Rivoli com o Google CardBoard, promovido pela Casa Comunicação, em pontos de circulação de público.
Atividades de marketing como essas mantêm viva a imagem das marcas e das empresas no imaginário do cliente, o que representa ganho de recall imensurável. E isto mesmo distante das novas tecnologias que naturalmente ganham maior repercussão quando geram burburinho nas mídias sociais. “Acho que a tecnologia é menos importante do que as pessoas pensam e mais útil de como as pessoas agem. Ela não muda o mundo, são as pessoas que estão mudando e a tecnologia corre atrás. O Live Marketing e o Design são os últimos mercados a entrarem no mundo digital como negócio da comunicação, talvez por terem tanta sinergia com este universo, conteúdo e mindset, que, em breve, estará dividindo e vivendo intensamente este ponto de contato. Já temos bons cases para contar história”, comenta o sócio-diretor da Ponto de Criação.
Conectado, criativo e ousado, o marketing vivo traz novas oportunidades para o mercado de comunicação. Contudo, é fundamental lembrar que é assim que caminha a humanidade, para a estrada da inovação, e sendo assim não estar conectado e interligado com o mundo online não é uma realidade. E aproveitar as oportunidades de envolver iniciativas com criatividade em suas metodologias e recursos no processo é o mais estratégico. “Não existe Live Marketing sem tecnologia. Se somos a única ferramenta de comunicação que atinge diretamente o público-alvo, temos que interagir com este público em todos os canais de forma integrada e comunicação assertiva”, destaca o sócio da Aktuellmix.
E é conectado, ousado e criativo em projetos com orçamentos com previsão de altos ou baixos custos que o Live Markeitng vem ganhando cada vez mais espaço, e crescendo em projeção e participação no mercado. Hoje são cerca de 400 empresas com representação em várias regiões (sul, sudeste, centro-oeste e norte/nordeste), de acordo com a Ampro. Assim, o marketing vivo traz todo um potencial e magia com uma sinergia que faz todo o sentido e vem entregando bons resultados, apostando em ferramentas a mão para manter este contínuo movimento de crescimento no presente e enxergar um futuro consistente para o setor.
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Agosto/ 2015, número 184
