
Não é novidade que os consumidores estão cada vez mais exigentes. Como público diferenciado, eles necessitam de atenção especial e demandam um grau de complexidade maior que vai além da busca por viagens, cosméticos, novos restaurantes, spas, roupas e acessórios. As vendas de bens de luxo estão superando os diversos setores da economia e alcançando um mercado que, anteriormente, representava no passado renda adicional e hoje se reflete puramente em investimento. “Definitivamente, o luxo é negócio principalmente, quando falamos de imóveis. É possível obter muita liquidez através de investimentos neste mercado, principalmente, quem tem visão de futuro, pois o mercado de imóveis de luxo ainda tem muito o que crescer em todo o País. Cerca de 80% dos meus clientes ganham muito dinheiro no mercado imobiliário e alguns costumam investir na bolsa, mas não abrem mão de colocar seu dinheiro em imóveis de alto padrão. E quem quer investir, mas não sabe bem como, deve procurar um consultor, que vai saber bem onde estão as tendências, o que naquele momento é um projeto, mas depois vai significar lucro”, diz a Consultora Imobiliária Maria de Jesus (PE), que atende um público em ascensão, destacando-se empresários, profissionais liberais bem sucedidos e estrangeiros.
Em sua opinião, imóveis sempre foram e sempre são um investimento líquido e certo para quem busca alternativas certas e seguras. E a capital pernambucana, inclusive, vem crescendo neste cenário em virtude dos recentes investimentos público e privado (Complexo Industrial Portuário de Suape e a nova fábrica da Fiat), que atraem profissionais com renda mais elevada e impulsionou maiores capitais para uma fatia da população. “O desenvolvimento econômico mudou o comportamento do público. O caso de Pernambuco ilustra bem. São empresas de grande porte chegando, como é o exemplo da Fiat, Emobras, o Porto de Suape, que está a todo vapor com a Petroquímica, Estaleiro etc. Esse é o fator de destaque para que essas pessoas comecem a aparecer. O mercado de alto padrão do Recife está se beneficiando mais do que a média brasileira em função desse desenvolvimento econômico que estamos passando”, lembra Maria de Jesus.
O mercado de imóveis de alto padrão realmente está aquecido no Estado e congrega muitos empreendimentos, que não saem por menos de R$ 1 milhão e, na maioria dos casos, contam com serviços exclusivos e diferenciados. “Temos uma demanda de um público seleto, acima dos 40 anos, com estabilidade econômica e pronto para investir em apartamentos mais refinados. A diferenciação de um imóvel aliada à localização do empreendimento fazem com que o preço do metro quadrado possa atingir R$ 12 mil, por exemplo, no caso de apartamentos na Avenida Boa Viagem”, explica Carol Boxwell, superintendente Comercial e de Marketing da Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário (PE), sinônimo de excelência e qualidade.

Apesar do mercado de serviços e produtos brasileiro e nordestino estar em condições de atender a demanda deste público AA, algumas coisas ainda precisam ser concretizadas para alcançar a excelência neste setor. “Atender plenamente as demandas desta parcela do público é algo que nenhum mercado, isoladamente, consegue. No caso do Brasil, no qual o nordeste se insere, aumentar a quantidade de demandas atendidas só será possível com a melhoria na educação formal dos profissionais que atendem este grupo”, frisa Alexandre Foss, diretor da Foss & Consultores (RN), que atua desde 1994 com o cliente AA e hoje é responsável pelo projeto Riserva Alhandra.
De qualquer forma, o aquecimento do mercado brasileiro de bens de luxo é traduzido em mais investimentos, que geram mais negócios e mais demanda para o mercado de comunicação. Basta ao mercado se adequar e potencializar a este panorama promissor, em que o consumidor tem mais poder e possibilidade de escolher e mais informação através da internet (novidades, cotação de preços e trocar ideias. “O público é formado por opinion leaders, portanto, as redes sociais são muito importantes. Além do mais, as marcas de luxo não podem frustrar os seus consumidores com um atendimento fraco. Deve-se investir constantemente em pesquisas que os aproximem das experiências dos clientes”, enfatiza Stella Kochen Susskind.
* Parte de matéria de capa sobre Marketing de Luxo, produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Junho/ 2012, número 147.
