Um mundo todo novo é trazido a toda no mundo da aplicativação e da geolocalização. A força do Waze, por exemplo, foi tão grande que alcançou outras plataformas pioneiras na geolocalização como forma de segmentação, como o Google Adwords e o Foursquare, que até um tempo atrás eram a coqueluche das ações de mobile marketing. Afinal, traçar as coordenadas assertivas é a chave do negócio e define a condução dos investimentos, contudo, há outros fatores que devem ser levados em consideração, segundo o especialista. Ele enfatiza que, neste caso, a sacada maior não é gerar tráfego até o local do anunciante: “A ideia é apresentar o anúncio no momento certo e com maior relevância aumentando as chances de engajamento e fixação na memória do consumidor”.
Sendo assim, o Waze cresce cada vez mais como opção publicitária especialmente para o mercado automotivo que investiu pesado em ações nesta ferramenta de comunicação. Diversas marcas como Nissan, CAOA Hyundai, Volkswagen, Renault e Honda estão apostando nas oportunidades à mão para informar, se aproximar e mostrar aos usuários do aplicativo seus diferenciais. É um mar de seus suas possibilidades oferecidas pelo app neste caso que vão de lançamentos, sugestão de test-drives, lembrança trocas de pneu, óleo e manutenção, além de indicação de concessionárias e pontos de venda. Essa experiência mostra que as promessas dessa inovação para o marketing podem ser imensuráveis e servem a todas as expectativas.
Com isso, empresas e marcas estão de olho nessa audiência e nessa capacidade de segmentação, estimuladas pelo movimento dos usuários. Afinal, o acesso frequente de smartphones pelas pessoas, que chegam a se conectar, em média, 150 vezes por dia, revela ser inevitável o crescente de estratégias voltadas ao mobile pelos anunciantes. “O uso de aplicativos como forma de marketing de proximidade primeiramente faz com que o consumidor tenha uma identidade pessoal com a marca, tornando-a parte de sua vida quando o mesmo divulga em sua rede que naquele dia e horário ele está fazendo algo naquele local, chegando o caso de consumidores terem várias postagens por mês naquela loja, por exemplo”, diz Robertson Alves, especialista em marketing e CEO da Íkonos Marketing Solutions (PE).
Para ele, uma marca dessa ação é que o buzz se torna real quando o cliente compartilha e divulga em sua rede. Isso contribui para que seus amigos visualizem, de forma indireta, e façam a divulgação espontânea. “É um marketing sem investimento direto, pois fala que os outros falam de você, feito um boca a boca digital e essa ferramenta tem dado muito certo para empresa fidelizarem seus clientes e aumentar as vendas em médio prazo”, enfatiza. O poder desta propaganda não é a toa. Afinal, o Brasil é o segundo maior país do mundo a acessar redes sociais, e estar conectado virou mania de brasileiro como tantas outras. E sendo assim as mais variadas plataformas móveis têm atraído cada vez mais anunciantes e promovendo um número maior de parcerias diversas.

Recentemente, por exemplo, o Tinder firmou um match com a Reserva em que os usuários do sistema poderiam receber descontos únicos de 20% em todos os produtos da loja online e conhecer as camisetas exclusivas da campanha, pelas comemorações do Dia dos Solteiros, comemorado no dia 15 de agosto. Para tanto, foi criado um perfil da marca masculina de roupas no aplicativo de relacionamentos similar ao de um usuário comum. E, desta forma, proporcionava possibilidade de interação ao aparecer como uma opção de compatibilidade para os homens cadastrados no aplicativo, que tinham como opção aceitar ou descartá-lo. Posteriormente, estabelecia-se uma comunicação entre consumidor e marca através de mensagens privadas com informações sobre as vantagens para os usuários, entre outras informações.
Diversas marcas já estão referendadas entre as pioneiras nos investimentos em ações utilizando plataformas online de geolocalização, como Foursquare e Waze, das quais destacam-se Smirnoff, Visa, Citroën e Johnnie Walker. E, de acordo com a RevMob, empresa fornecedora de soluções para anúncios móbile, no Brasil esse mercado ainda está dando os seus primeiros passos. Mesmo assim, já observamos um gasto em mídia móbile que devem chegar a 440 milhões de dólares neste ano. “Com uma mídia mais direcionada e segmentada, é possível impactar de forma mais assertiva o seu público levando o conteúdo certo, no momento certo e no lugar certo. Ainda há outros fatores envolvidos como fixação da marca na mente do consumidor”, lembra Raphael Ferrari da Sanders Estratégia Digital.
O especialista reforça oferecer o produto certo, no lugar certo e muitas vezes na hora certa, é o grande diferencial deste negócio e torna a investida mais efetiva, aumentando as chances de conversão do consumidor impactado. “A experiência mobile já é uma realidade e a grande maioria das empresas já entende que impactar o público que acessa informações por essas plataformas já não é mais uma opção. Por conta disso, o crescimento em campanhas de marketing para mobile vem aumentando gradativamente”, reforça.
Por isso tem crescido a parceria das empresas em ações de marketing direcionado entre os apps que trabalham com geolocalização. Mais do que o interesse dos clientes em investir cada vez mais nessas mídias, observa-se assim que os aplicativos em si estão vendo o potencial deste mercado. “O grande desafio hoje é padrão de internet no Brasil. Existem ainda muitos pontos cegos e a lentidão ainda é uma dor de cabeça terrível aos usuários. É comum, por exemplo, você ficar sem internet no meio do seu trajeto. Mas as coisas vão avançando e até por conta do consumidor ficar cada vez mais exigente, as operadoras não terão saída a não ser melhorar a distribuição de internet”, reforça. E este é um fator crucial especialmente em um cenário no qual praticamente a metade dos brasileiros (48%) usa internet, e em que o percentual de pessoas que a utilizam todos dos dias cresceu de 26% para 37% na PBM (Pesquisa Brasileira de Mídia) do ano passado para este 2015.
* Parte de matéria de capa produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Outubro/ 2015, número 186
