“Não temos as informações”, diz WhatsApp sobre investigação criminal
Empresa se pronuncia depois de decisão de juiz de Lagarto (SE), que determinou suspensão do aplicativo por 72h. As operadoras de telefonia fixa e móvel tiveram que bloquear o uso da ferramenta para atender a determinação judicial nesta segunda (dia 02) diante do processo que corre sob segredo de Justiça.
“Depois de cooperar com toda a extensão da nossa capacidade com os tribunais brasileiros, estamos desapontados que um juiz de Sergipe decidiu mais uma vez ordenar o bloqueio de WhatsApp no Brasil. Esta decisão pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do nosso serviço para se comunicar, administrar os seus negócios e muito mais, para nos forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos”, disse em nota divulgada na tarde desta segunda (02) o WhatsApp sobre a investigação criminal. Reforçando no pronunciamento que não tem as informações solicitadas, a empresa informou que está “desapontada com a decisão” do juiz Marcel Montalvão, da comarca de Lagarto (SE), que é o mesmo que determinou a prisão preventiva do vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dozdan, em março deste ano.
O Facebook, detentor do WhatsApp, se negou a fornecer dados de mensagens para uma investigação criminal.Ainda não há informações sobre a quantidade de novos usuários brasileiros no aplicativo, mas assim como foi em dezembro, o Telegram deve fazer um anúncio sobre isso em breve. Enquanto isso, se você não conseguir o código de validação do Telegram, pode optar por esse meio de burlar o bloqueio do WhatsApp.
Para o professor da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Ronaldo Lemos, um dos criadores do Marco Civil da Internet no Brasil, a proibição do WhatsApp é inconstitucional e é claramente uma interpretação equivocada do Marco Civil. De acordo com ele, o bloqueio do WhatsApp rasga o Marco Civil e a Constituição, além desta ação fazer com que o Brasil seja visto como terra das arbitrariedades uma vez que esta é a segunda paralisação do aplicativo, de modo temporário no país, após a situação de dezembro de 2015, que determinou um bloqueio de 48 horas. Naquele período, o WhatsApp ficou fora do ar por cerca de 12 horas até uma nova determinação. E com o bloqueio cresce a procura por uma nova solução para usuários de mensagens automáticas através de aparelho mobile: o Telegram, desenvolvida pela Direct Talk, cujo número de usuários sofreu um upgrade na primeira intervenção do WhatsApp.
Líder em soluções para atendimento ao consumidor no Brasil, a Direct Talk desenvolveu no ano passado o Telegram como mais uma solução que permite a interação por mensagem instantânea, com criptografia reforçada, que funcionando de maneira bem similar: você pode trocar mensagens instantâneas sem pagar nada. E novamente uma massa de usuários passaram a adotar esta alternativa no Brasil com bloqueio do WhatsApp. Vemos com isso uma transferência em massa à plataforma rival para aqueles que não vivem sem um mensageiro instantâneo (e não são lá muito fãs do Facebook Messenger).
Esses órfãos se apressaram em criar uma conta no Telegram na última ocasião, em dezembro, que recebeu mais de 5,7 milhões de usuários durante bloqueio do WhatsApp no Brasil. Porém, naquela época, quando todos ficaram sabendo que o Telegram é a opção viável para o WhatsApp, alguns não conseguiram criar suas contas porque o gateway de SMS ficou sobrecarregado. A sobrecarga no gateway provocou um problema na criação do código de validação de novos usuários e dificultou a realização do cadastro no país .
Mas há quem já informe novas possibilidades para que os usuários brasileiros do aplicativo não fiquem completamente mudos sem o sistema. Segundo alguns, se você não conseguir o código de validação do Telegram, pode optar por esse meio de burlar o bloqueio do WhatsApp. Existem aplicativos que não só podem substituir o WhatsApp neste período em qualquer plataforma, como também possibilita a continuação do uso do tradicional e popular app mesmo durante o período de bloqueio.
