Um dos grandes desafios do mundo mercadológico atualmente é estabelecer a comunicação na medida certa para alcançar o seu público e conquistar a fidelização, e porque não o share of heart, naturalmente. E as mídias eletrônicas estão contribuindo sobremaneira neste processo, através de diversas estratégias. E com o aquecimento do mercado mobile as ações ganham outra proporção, com o aporte de novas tecnologias que chegam para ajudar e facilitar cada vez mais a vida do consumidor. “Quando uma marca pensa em tecnologia, tem que pensar tecnologia como meio e não como fim. Quer dizer, tecnologia que melhore a experiência do cliente, porque melhorando a experiência com o cliente, eles vai gostar de se relacionar com a marca, se tornar fã, etc”, diz consultor Fred Alecrim, palestrante da Ponto de Referência (RN).
Nesta nova era digital, é tão comum o nosso contato direto com as mídias sociais, redes colaborativas e ferramentas tecnológicas. Mas, o mundo mobile tem revolucionado mais ainda a relação das empresas e marcas com o cliente, através do investimento cada vez maior em aplicativos. Estimulado pelo crescimento das vendas de smartphones e pelo avanço das startups no cenário, os apps se tornaram mania de 2007 e chegaram a superar a quantidade de um milhão nos dois principais sistemas operacionais, segundo levantamento do @somospostpc, blog de notícias sobre a indústria mobile.
Estudo realizado ano passado, inclusive, indicou que o Android dispara na frente com cerca de 1.300.000 de aplicativos, seguido pelo iOS com 1.200.000, em seguida os aplicativos para iPad apenas, com 475.000, e por ultimo o Windows Phone, com 300.000 aplicativos. “O surgimento de mais aplicativos voltados para as mais diferentes experiências de consumo são reveladores dos interesses de consumo e de comportamento, além de permitir a fidelização de uma audiência segmentada e uma oportunidade de marketing para marcas baseada na localização dos seus próprios clientes”, destaca Marcelo Pimentel, professor e diretor da Faculdade Santa Helena (PE). Este cenário é cíclico e mutante mas partem da mesma base: oferecer aos usuários diversas ferramentas para cada tipo de necessidade ao alcance das suas mãos.
“A chamada geração Z, os nativos digitais, nascidos após 1991, dificilmente deixam de lado seus smartphones e, portanto, constituem um grupo disputado pelas empresas. Aplicativos de conversa online como o WhatsApp praticamente substituíram as mensagens de texto como meio de comunicação entre os adolescentes. O maior uso dos smartphones reforça as compras online”, reforça Pimentel, para quem a universalidade desses aplicativos é uma grande tendência do mercado de consumo moderno. E tudo isto contribuiu para favorecer o Brasil que atualmente ocupa a segunda a posição no ranking da Flurry, além de despontar na 10ª colocação entre países que mais utilizam os sistemas operacionais, como iOS e Android.
Com isto, observa-se que o país tem milhões de aparelhos móveis espalhados e consequentemente milhares de apps sendo usados a todo instante. E esta aplicativação no mundo da tecnologia é mais do que uma mera coincidência, apesar da usabilidade de alguns aplicativos serem encarados como uma realidade passageira. “A tendência do ponto de vista do consumo são comportamentos e manifestações que perduram por mais tempo. Podem ser resignificadas e continuarem existindo. Já os modismos tendem a ter um ciclo mais curto. Podem surgir e desaparecer. É muito comum nas redes sociais perceber estas expressões da ‘modinha’, como é o caso dos mini vídeos da dubsmash.com, que se multiplicam na rede social. Esta continua sendo uma tendência”, comenta Márcia Akinaga, diretora de quali e inovação do IBOPE Inteligência.
Exemplos como o dubsmash.com é a mostra de que há muito por vir, e que tudo é consequência direta não só do incremento no número de “aparelhos inteligentes” de celular juntamente com aumento de aplicativos, como ainda do crescimento de desenvolvedores que criam softwares para essas plataformas. O número de downloads foi tão grande que a Apple, por exemplo, pagou mais de US$ 10 bilhões para profissionais que desenvolveram aplicativos em 2014, o que representa 50% a mais em relação ao ano anterior. Com isto, tem explodido um novo campo de trabalho (que não existia há dez anos, claro”) que é mais fértil do que qualquer outro. E agora somando Google Play, App Store e Windows Phone Store são mais de 3 milhões de aplicativos disponíveis. E com isto, como resistir a tantas alternativas que trazem facilidades, entretenimento e qualidade de vida que vão além do que já conhecemos como no caso do 99Taxis, do Waze, Spotify e EasyTaxi, por exemplo.
Entre essas possibilidades estão aplicativos que liberam setlist que se ouve no centro de compras para o celular como no caso do Taca+Musica do Shopping Tacaruna, criado pela pernambucana Casa Comunicação; o Ubook que representa o primeiro serviço de assinatura de audiolivros por streaming do Brasil; o #VickPijama da marca Vick, da P&G, que traz um termômetro preso ao tecido e envia à mamãe todas as informações sobre a temperatura do bebê que são transmitidos por meio de um aplicativo que elas podem baixar gratuitamente nos smartphones com o sistema Android; e o Doce & Diet, o primeiro app do Brasil desenvolvido pela Wow! Nutrition (empresa do segmento de alimentação saudável) destinado para pessoas que possuem restrição ao açúcar ou que buscam diminuir o consumo de calorias sem abrir mão do sabor.
Algumas experiências despretensiosas acabam gerando novas possibilidades que mostram que as empresas e marcas estão com a faca e o queijo na mão para trabalhar e se integrar de forma mais criativa com o público. “Há semanas não se via outra coisa nas redes sociais. Todo mundo ‘in’utilizando o dubsmash, aplicativo gratuito que permite criar vídeos curtos para os amigos e que oferece vários trechos de músicas, falas e frases para personalizar a gravação de um jeito bem divertido, disponível para android e IOS. O sucesso foi tanto que algumas marcas pegaram carona. A KONIMIX, restaurante de comida japonesa, fez a sua versão colocando o seu mascote também na onda do aplicativo ‘da vez’. Resultado? Quase que 61 mil visualizações e compartilhamentos já passam da casa dos 700!”, lembra o consultor de marketing, André Luna (PE).
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Julho/ 2015, número 183
