digitar-tecladoO uso das mídias sociais como plataforma de comunicação corporativa é cada vez mais maior, e hoje 88% das companhias brasileiras utilizam pelo menos uma como ferramenta em suas ações, segundo resultados do estudo Latin America Social Media Check-up, realizado pela Burson-Marsteller (empresa global líder em relações públicas e public affairs), apresentado em janeiro passado. Este relatório analisou o comportamento das 25 maiores empresas do país e da América Latina e provou que todas têm algo em comum: usam algumas das mais populares redes – entre as quais estão o Twitter, o Facebook, o YouTube, blogs e o Google Plus. E nesta balança é preciso levar em consideração um fator importantíssimo que é como trabalhar bem para ter engajamento ideal.

Este foi o ponto de partida do Le Fil Day, realizado no dia 26 de fevereiro, pela empresa pernambucana que, há cinco anos, planeja a entrada, a gestão de reputação e oportunidade de negócios de empresas no social media. “Desde sua fundação, a Le Fil busca fortalecer o conhecimento de seus clientes e executivos do mercado nas diversas áreas de conhecimento das mídias sociais. Realizamos grandes eventos em que já passaram mais de 3 mil pessoas, nestes 5 anos, e desde junho de 2012 a empresa está apostando em um ciclo de pequenos debates chamado Le Fil Day, para que a troca dessas informações sejam melhor aproveitada pelos participantes. Em 2013, iniciamos o Le Fil Day com debate sobre inteligência competitiva e engajamento em mídias sociais.  Os debates acontecem com, no máximo, 30 pessoas, na ABA Aflitos, no Recife (PE). A ideia é proporcionar um ambiente de troca de experiências entre os participantes. No ano passado, realizamos eventos sobre as potencialidades do LinkedIn, CRM Social e a gestão de projetos em mídias sociais”, destaca Socorro Macedo, diretora executiva da  assessoria pernambucana de mídias sociais.

Socorro Macedo, diretora executiva da LeFil

O primeiro evento deste ano, que teve o suporte e expertise do gerente nacional da SocialBakers, Paulo Henrique Gomes, contou com presença de diversas organizações que vêm fortalecendo suas ações estratégicas nesta área, como Plaza Shopping, Tintas Iquine, Grupo Pontes Hotel, Globo, Vivo, Sebrae-PE, Aliança Comunicação, Compesa e Banco Gerador. “Em mídias sociais, não podemos ter a mesma lógica de mídias tradicionais, a lógica broadcast. É preciso pensar em socialcast, no qual está incluso a participação das pessoas, onde muitos falam para muitos. Na lógica de broadcast, quanto mais pessoas me seguem ou são meus fãs, melhor, mas na lógica das mídias sociais isso precisa estar associado ao engajamento dessas pessoas na minha fanpage ou na minha comunidade, por exemplo. De que adianta ter 1 milhão de fãs se esses nada fazem, não dialogam e nem dispersam conteúdo ou se engajam com a minha marca. Dessa forma, você acha melhor ter 1 milhão de fãs sem atividade ou 100 mil pessoas com muito engajamento? Em mídias sociais, o segundo, claro! Engajamento é o nível de envolvimento, interação, intimidade e influência que um indivíduo tem com uma marca ao longo do tempo”, ressalta Macedo.

E esta questão do engajamento se reflete no panorama geral que se tem das redes, segundo o do consultor da SocialBakers, empresa que monitora o crescimento dos países na rede e ajudar empresas e profissionais a entenderem e otimizarem os seus desempenhos em social marketing. Para se ter uma ideia de como isto avançou: em 2009 a margem de atualizações diárias somente no Facebook  era 23 e chegaram a 1440 em 2011. Naturalmente, este índice tem relação direta com o aumento de usuários que hoje são cerca de 66 milhões no Brasil. 60% da população está nesta rede social e, em sua maioria, na faixa entre 18 e 34 anos, dos quais 54% agora são do sexo feminino e 40% do masculino. “Para se trabalhar a atividade de uma página, é necessário traçar estratégias que alcancem métricas, como o ROE (Return On Equity, que em português significa mais ou menos ‘Retorno sobre o Patrimônio’). Por exemplo, é preciso saber qual o dia da semana que as pessoas mais curtem a fanpage. Para a Coca-cola, por exemplo, é o sábado e a marca desenvolve ações que neste dia são mais efetivas”, pontua Gomes, que frisa que conhecer a origem dos fãs é fator essencial neste processo que deve envolver conteúdo que seja curtível, compartilhável e acionável.

Paulo Henriqueda SocialBakers

Desta forma, torna-se adequado para uma Disney criar postagens dentro do padrão que desenvolve de atualizações bonitas, agradáveis e, o mais importante, compartilháveis, afinal, ela está se comunicando diretamente com o seu público-alvo. Este tipo de conteúdo reflete diretamente a relação que a marca mantém com o seu target. Desta forma, engajamento é a primeira estratégia e métrica que se deve ter em mente. E para isto tem que se estudar e entender como cada tipo de post age junto ao seguidor.  “De acordo com o seu post, você tem uma ideia do seu engajamento e alcance. Quando você quer compartilhamento, por exemplo, as fotos são mais indicadas em muitos casos. No caso de curtidas, as sugestões são as mais indicadas e para comentários, perguntas. E, por isto, foto é o tipo de conteúdo que mais são compartilhadas e curtidas, atualmente. Mas, naturalmente, isto não é uma regra”, ressalta Paulo Henrique.

Para o especialista, é bom medir o crescimento de fãs, mas o engajamento é muito mais importante. E claro que uma forma de alcançar isto é pelo conteúdo e, sendo assim, deve-se preocupar sempre como apresentá-lo ao cliente e com o timing, porque ele também é primordial no ritmo da modernidade. “50% do alcance acontecem nos primeiros 30 minutos de postagens. Empresa que respondem as questões publicadas pelo público logo conquistam mais. E hoje entre as que atendem em um tempo médio de até 29 minutos estão a Sky, Peixe Urbano, Santander e Bradesco”, pontua Gomes.

* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Março/ 2013, número 156.

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Ivelise Buarque é jornalista, consultora de comunicação e idealizadora do portal Ivelise Comunica e do Perneando. Com mais de 32 anos de atuação no cenário de comunicação, marketing e negócios, ainda tem grande participação no mercado de comunicação corporativa e marketing de consumo e cultural. E nos dias de hoje atua com foco em cultura, arte, entretenimento e projetos criativos, ajudando marcas e iniciativas a se comunicarem com autenticidade, propósito e impacto.

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