As startup são uma nova realidade de negócios em todo mundo. E uma análise importante a respeito deste formato de empreendedorismo mostra que todo o trabalho é centrado em algum foco, e se encerra sempre em proporcionar um produto útil para o consumidor, com um propósito em longo prazo, qualidade, princípios e valores específicos. “Gosto de citar o autor inglês Luke Johnson, conhecido como empreendedor serial, já que foi bem sucedido em vários negócios próprios. Há menos de 2 anos escreveu Start it Up – ‘Porque tocar seu próprio negócio é mais fácil do que você pensa’. São boas dicas de como construir um negócio próprio: fala sobre o timing, a ambição, o valor de um sócio, a paixão do fundador, o valor das ideias, a energia aplicada aos negócios, a importância dos talentos e da administração descentralizada. Há empreendedores que nascem da necessidade, há aqueles que tentam um voo solo ao se aposentar e aqueles que nasceram em famílias empreendedoras. O que mudou? Os jovens que se tornam empreendedores já não se identificam com os modelos de empresas tradicionais. O que falta no Brasil? Mostrar que empreender é uma forma válida de dirigir o seu futuro e lembrar que os empregos para a vida toda estão com os dias contados”, diz Adolfo Melito da Fecomércio (SP).
Mas há algo a se pensar. Afinal de contas, é a notoriedade e a rapidez com que conquistam o público (como aconteceu com o Facebook, o Youtube ou o Waze, por exemplo) que faz com que diversos profissionais apostem cada vez mais neste novo conceito de empreendedorismo? “Em minha opinião, o desenvolvimento acelerado de novas tecnologias torna o inicio do processo de desenvolvimento de novos produtos e serviços cada vez mais fácil e barato. Mas é importante alertar que ter sucesso continua sendo muito difícil, é que normalmente os milhares de insucessos não frequentam os noticiários e nem as salas de cinema do nosso bairro. E essa nova geração já nasceu conectada e foi bombardeada com esses exemplos. A relação de trabalho, chefe, subordinado e salário não engaja essa geração, eles desejam realizar coisas que geram impacto na sociedade e serem recompensados por isso, através da comercialização de novos produtos e serviços”, destaca coordenador de Fomento ao Empreendedorismo do Porto Digital, Eiran Simis (PE).
Com a perspectiva de sucesso e realização, as apostas destes jovens empreendedores agregam os seus investimentos pessoais em um projeto de vida que, com o devido foco e planejamento, pode concretizar tudo que fora sonhado. “Creio que há algumas características que devem ser perseguidas, é possível dizer ao profissional empreendedor que siga algumas orientações básicas, mas o sucesso vai depender – além da capacidade, competência e diligência – de um fator sorte que não podemos mensurar. O fato de estar no lugar certo e no momento certo pode fazer toda a diferença. Já foi assim no passado e não mudou hoje em dia. Talvez nos dias de hoje seja mais simples promover o encontro da demanda com a oferta, mas ainda assim haverá condições necessárias a serem preenchidas que não serão suficientes para garantir o sucesso”, ressalta presidente da Assespro-SP (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo), Marcos Sakamoto.

E é assim que muitos profissionais estão buscando sua forma de inovação no processo de trabalho, através de oportunidades mais criativas. E, aliando tudo isto com poucos recursos, implementamos uma forma orgânica de atuação em que impera o fazer mais por menos. “O empreendedorismo circula nas veias de todo mundo. Tem a ver com o inconformismo com o estado das coisas, que é a máquina propulsora do desenvolvimento humano. Com o progresso da tecnologia e das instituições, foram criados elementos propícios ao empreendedorismo. Agências de fomento foram criadas, investidores surgiram para tornar realidade projetos iniciados em garagens, governos passaram a incentivar o empreendedorismo. Com isto, muitas pessoas, principalmente jovens recém-saídos (ou que ainda nem saíram) das faculdades, estão se lançando como empreendedores”, comenta Nathan de Vasconcelos Ribeiro, diretor-executivo da e-flows.
Com as inúmeras possibilidades hoje os profissionais estão podendo apostar cada vez mais neste mercado, aproveitando as oportunidades e suas capacidades criativas. Desta forma, injetam as mudanças necessárias no cenário empresarial que já podem ser observadas e obtém os meios necessários para desenvolver seus projetos. “A possibilidade de concretizar ideias de forma rápida e barata é a revolução. O reconhecimento do conhecimento como portador de valor é outra revolução. Ou seja, ser nerd não causa mais vergonha e sim orgulho, é outra forma de ver as coisas e as pessoas. E podemos esperar muita coisa, De Bom, em Pernambuco, por exemplo, podemos esperar um crescimento acelerado do setor como consequência de todos esses novos investimentos e ferramentas que estão sendo ofertados pelo Governo do Estado. De ruim, o que se pode esperar é que os usuários do setor não saibam aproveitar as oportunidades. A dinâmica deste setor é rápida, ou seja, quem apenas correr vai ficar parado, para andar é preciso correr muito”, segundo Marcelino Granja.
Naturalmente, todos os especialistas compreendem que os investimentos obtidos e a assistência de organizações que veem seu negócio como algo promissor. E apostam suas fichas para a concretização de empreendimentos que quando bem sucedidos também imprimir suas marcas de sucesso para o mercado. “Hoje há incubadoras para empresas de qualquer tamanho desde as microempresas até embriões de microempresas (nascem geralmente como resultado de trabalhos de conclusão de cursos de graduação ou teses de mestrado). O poder público está investindo em linhas de crédito para apoiar a inovação; as empresas têm linhas e programas (já descritos anteriormente) para apoiar e, simultaneamente, monitorar os movimentos das startups, além de um filão de cursos de especialização, administração, gestão que surgem para dar maior suporte ao empreendedor que deseja apostar neste tipo de movimento”, destaca Sakamoto da Assespro-SP.
* Parte de matéria de capa sobre “Startup”, produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Julho/ 2013, número 160.
