De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, eles são uma página de Internet com características de diário, atualizada regularmente. Ela se desenvolveu na rede ao longo da década de 1990 e ganhou o nome weblog do seu pioneiro Jorn Barger (também autor de um dos primeiros FAQ – Sistema de perguntas e respostas sobre determinado tema), abreviado posteriormente para blog por Peter Merholz. E agora esta ferramenta deixou de ser um mero registro contínuo do eu e passou a ter ganhar novos formatos, com o passar do tempo. E não é a toa. Nos últimos dez anos, por exemplo, os blogueiros se reinventaram com o crescimento da web colaborativa, conhecida como web 2.0, passando a compartilhar receitas, comentários, escritos literários pessoais e links, entre outras coisas.
E toda esta necessidade de falar pelos cotovelos criou uma explosão crescente que, em 2004, apontava a existência de 4 milhões de blogs e, em 2006, 37 milhões com geração de mais de 1,2 milhões de postagens por dia em todo planeta, segundo dados do Techonarti. Em 2008, eles já passavam dos 133 milhões e em 2010 já eram 150 milhões em todo planeta. No Brasil, dados coletados a partir da rede boo-box, nos primeiros três meses de 2012, categorizados em mais de 150 segmentos, apontam um total de 80 milhões de blogs. Um volume muito importante na blogosfera, universo no qual permeiam diversas premissas equivocadas como a de que os Estados Unidos ainda impera no número de blogs. De acordo com pesquisa do Blog Herald (2010), o país já ficava em 2º lugar com 36% e em 1º lugar estava o Japão com 37%.
Como passaram a significar páginas na Internet fáceis de serem implantadas e publicadas, os blogs proporcionaram uma nova forma de gerar mais conteúdo, inclusive segmentado e de interesse para um público específico. E, desta forma, se tornaram alvos de corporações, empresas, organizações governamentais e não governamentais e, hoje, de comunicadores que atrelam suas informações às redes sociais virtuais para criar fluxo de acesso aos seus canais. Esses são hoje os casos sucesso da mídia brasileira que estão no topo da visibilidade do público atual, como o Blog do Noblat, do jornalista Ricardo Noblat, vinculado ao Globo, que é referência como um dos primeiros a desenvolver este trabalho. Mas, os exemplos ainda são vários. Blogs, desenvolvidos e assinados por profissionais de comunicação, estão galgando o caminho para a notoriedade na mídia em todo o Nordeste. “Como leitor de alguns blogs jornalísticos (Ricardo Noblat, Marilene Felinto e o pessoal do nosso ‘Acerto de contas’), acho que talvez os jornalistas tenham mais liberdade para opinar sobre assuntos polêmicos”, comenta o professor de língua, literatura inglesa, João Martins, mestre em Teoria da Literatura (UFPE) e doutorando em Literatura e Cultura (UFPB).
Isto porque, segundo o jornalista e blogueiro Luiz Nassif (www.advivo.com.br), o fazer jornalístico “não é só fazer matérias, escrever releases, ter acesso às fontes. É preciso entender a comunicação como ferramenta de guerra e agir como gestor, uma vez que as redes sociais atuam de forma pouco seletiva. O trabalho é maior do que nunca: é organizar e sistematizar informações, unificar o que é crítico, fazer uma leitura especial do que está sendo dito e o que está por trás daquela notícia, assegurando assim uma forma adequada de agir em cada situação” (opinião emitida em sua apresentação, intitulada Blogs Jornalísticos e Corporativos: Uma Nova Forma de Comunicação, no IV Fórum de Comunicação do Governo Federal no Nordeste).
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Janeiro/ 2013, número 154.
