O mundo mudou, o leitor não é mais o mesmo e as dificuldades parecem ser imensas, especialmente para o mercado editorial. Mas, como se diz, sempre há uma luz no fim do túnel. E focado nesta prerrogativa o setor está se mexendo ao som da músico. E com isto as editoras têm conseguido atingir com linguagem ou mesmo informação atrativa sobre as obras públicos diferenciados, agregando pensar, conhecimento e valores para leitores das mais diversas faixas etárias e culturais. “Hoje, a Vida e Consciência promove lançamentos, sessões de autógrafos, promoções em datas comemorativas, feiras, eventos, concursos culturais e campanhas promocionais focadas nos segmentos e canais de distribuição em que atuamos. E o desenvolvimento dos projetos depende do tipo e grau de complexidade da ação. No caso dos lançamentos, o prazo de planejamento é maior por necessitar de uma estratégia mais elaborada para a divulgação do material junto aos distribuidores e consumidores. Quanto às ações de catálogo, são criadas campanhas específicas com cada canal de venda”, comenta Danusa Schwartz, gerente de marketing e produto da editora que atua muito com publicações das categorias romances e crônicas espiritualistas, fatos e estudos, desenvolvimento pessoal, metafísica moderna, infantil e infanto-juvenil. “A editora também atua nas redes sociais Twitter e Facebook, que a cada mês ganham novos seguidores, além de manter um relacionamento com blogs, fornecendo informações e livros para promoção. No Facebook, temos 7.463 seguidores e nos perfis do Twitter possuímos 40.000 seguidores no @zibiagasparetto e 6.745 seguidores no @vidaconsciencia”, ressalta Schwartz.
Este novo investimento das editoras nas mídias sociais traz novos horizontes ao trabalho estratégico, contribuindo para uma divulgação mais rápida das novidades, promoções, lançamentos e troca de informações, além de ajudar a formar um consumidor mais crítico e em busca de produtos com maior qualidade de conteúdo. E desta forma, Twitter, Facebook e engines como Google e Youtube são, em teoria, ferramentas importantes neste mercado, atualmente. “As redes sociais são usadas com muita parcimônia, dado o nível de responsabilidade atrelado ao negócio (Educação)”, opina Clécio Oliveira, gerente de marketing, P&D, da Editora FTD.

E realmente a aplicação delas como estratégia segue neste universo uma postura própria e adequada para estabelecer esta nova interação com o leitor integrado às redes, inclusive na construção de um relacionamento dele com o autor. “As mídias sociais são ferramentas fundamentais – mesmo porque permitem uma aproximação independentemente do local físico em que os autores se encontram. Via Facebook, conseguimos fazer palestras online, transmitir eventos e nos engajar com cada um dos autores; via Twitter, conseguimos passar as principais informações relacionadas a tudo o que impacta o mercado editorial; via blog, nos aprofundamos em temas relevantes para escritores; via SlideShare, subimos os arquivos das palestras; e assim por diante. Sem redes sociais, o próprio relacionamento ficaria prejudicado – principalmente por estarmos vivendo hoje em uma era de relacionamento personalizado em escala”, diz Ricardo Almeida, diretor-presidente do Clube de Autores, uma empresa de autopublicação, que é líder em publicação gratuita e impressão sob demanda de livros produzidos por autores independentes.
Primeiro site brasileiro que possibilita ao escritor publicar sua obra sem tiragem mínima – sob demanda – e sem nenhum tipo de custo, a proposta congrega mais de 12 mil autores e acervo com cerca de 16 mil títulos e 160 mil exemplares vendidos. “Quanto mais engajado fica o autor com o processo de divulgação, mais resultados de vendas ele tem – e mais experiente fica em todo o ciclo de produção editorial, algo importantíssimo para qualquer escritor”, comenta Almeida, que frisa que hoje cada vez mais pessoas estão lendo e escrevendo. “Autores precisam aprender a lidar com um mercado em que eles são, invariavelmente, os seus próprios empresários. Isso requer um conhecimento que editoras já acumularam em anos. O compartilhamento desse conhecimento é fundamental para que todo o mercado consiga crescer de forma harmônica e, ao mesmo tempo, intensa”, destaca Ricardo.

Hoje, o conhecimento que as editoras vêm agregando já dá um norte quanto ao futuro deste mercado no país. E assim como observamos em todos os segmentos, a perspectiva é digital, uma vez que as novas tecnologias estão abrindo novos horizontes e possibilitado uma nova integração para o público. “Acredito que as editoras serão cada vez mais produtoras de conteúdo, disponibilizando ao mercado na forma de e-books e do tradicional livro impresso. Mais do que nunca é muito importante a missão das editoras como o grande polo do mercado editorial, descobrindo novos autores e permitindo que a produção intelectual, científica, didática e literária do país chegue à sociedade de maneira organizadas, profissional sob a tutela das leis e com todo o respeito dos direitos autorais”, coloca Juliana Oliveira, gerente da Trevisan Editora.
E este novo mundo da leitura promete ser bastante promissor, inclusive por estarmos entrando numa era em que as gerações terão mais integração com o meio digital do que com o tradicional impresso. “O mercado editorial deverá ter um futuro promissor, principalmente pelo crescimento das vendas dos livros digitais. Por isto, queremos estar alinhados com a modernidade e com os comportamentos atuais, sendo que nossas estratégias contemplam investir em empreendimentos que nos ajustem às mudanças de mercado e, mais notadamente, às expectativas de nossos leitores”, frisa Danusa Schwartz.
* Matéria produzida pela jornalista Ivelise Buarque para a Revista Pronews, edição de Dezembro/ 2012, número 153.
