Em dezembro, dois movimentos ganham força no Brasil e ajudam a desenhar um futuro mais saudável, informado e consciente: o Dezembro Laranja, voltado à prevenção do câncer de pele, e o Dezembro Vermelho, dedicado ao combate ao HIV/AIDS. São campanhas que atravessam a rotina das cidades e chamam atenção para temas decisivos em saúde pública. O câncer de pele continua sendo o tipo mais frequente no país, representando cerca de 33% de todos os diagnósticos. Nas regiões Sul e Sudeste, onde a população tem maior sensibilidade à radiação solar, os casos se concentram de forma ainda mais intensa, reforçando a importância de hábitos simples como uso diário de protetor, evitar sol forte entre 10h e 16h e manter o autoexame da pele em dia. Já o melanoma, apesar de menos comum, permanece como o tipo mais agressivo — e, quando não diagnosticado cedo, as chances de cura caem drasticamente.
Do outro lado, o Dezembro Vermelho mobiliza a sociedade para ampliar o diálogo sobre prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS. Hoje, mais de 900 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, e o país é referência mundial por oferecer tratamento gratuito pelo SUS. O avanço dos antirretrovirais permitiu que 92% das pessoas em tratamento alcancem carga viral indetectável, tornando o vírus intransmissível e garantindo mais qualidade de vida. Ainda assim, o desafio permanece na primeira etapa da meta 95-95-95: ampliar o número de pessoas que conhecem seu diagnóstico. Os dados mostram também que a infecção é mais comum entre jovens de 20 a 29 anos e que capitais como Porto Alegre, Florianópolis, Boa Vista e Manaus seguem entre as que têm maiores taxas de detecção.
Ao mesmo tempo, métodos como PrEP e PEP se consolidam como pilares da prevenção combinada — e o Brasil registrou um aumento de 100% no uso da PrEP, alcançando mais de 109 mil usuários em 2024. São avanços que mostram como informação e acesso transformam vidas. No fim das contas, Dezembro Laranja e Dezembro Vermelho são mais do que campanhas mensais: são convites para repensar comportamentos, fortalecer políticas públicas e construir cidades onde cuidado, prevenção e conhecimento caminham juntos.
Por isso, é importante discutirmos como temos percebido esses movimentos em nossas rotinas?


